quarta-feira, 6 de julho de 2011

De Buenos Aires a El Bolsón de qualquer forma!!! (parte 3)

PARTE III

entrada do cânion
Fui cruzando e conversando com outros viajeiros ciclistas de outros países e finalmente começamos a curtir algumas descidas. A vista composta por montanhas, bosques, prados, riachos e milhares de tipos de flores lindíssimas era inacreditável. Estava respirando alegria e paz com os olhos e todo o corpo. Segui pedalando, e apesar da beleza, o trecho era realmente duro meus amigos. Já não fazia tanto calor pois passava das 5, mas a porra da subida não acabava mais!!!  Mas devo dizer que o ônus teve paga! Um cânion incrível e muito longo que me permitia velocidades acima dos 50 km/h em diversos pontos. Assim podia pedalar com as mãos erguidas feito asas, gritando loucamente num frenezi de simples felicidade por ser e estar. Foi incrível!!!

Terminando a infinita baixada, parei para ajudar um casal de alemães. Devido às fortes subidas e ao extremo calor que fez o dia, a senhora passava mal e não podia continuar. Senti pena ao perceber que seu amigo estava cheio de vontade de prosseguir, mas viu-se obrigado a companha-la. Companheirismo é assim né?! Voltando ao pedal, veio outra ladeira daquelas.


amigos ciclistas portenhos
Em termos objetivos, esta não era tão dura quanto a anterior , mas devido ao estado de cansaço em que já estava, foi quase mais difícil. Novamente porém um bonus esperava-me no topo. Um por do sol de tirar o fôlego com nuvens ardentes contrastando com o céu em tons de rosas, lilazes e violetas. Perguntava-me onde dormiria pois caía a noite e não aparecia um local apropriado. Mas ao final de uma baixada, já quase sem luz, havia uma ponte sobre o lindo rio Foyel. Baixei e encontrei já instalados uma dupla de ciclistas de Buenos Aires com quem já havia trocado palavras anteriormente. Tomamos uns mates, aproveitei para banhar-me nas águas geladas do rio e dormi um sono agradável.

No dia seguinte, devido à minha habitual lerdeza matutina, ainda que tivessem que fazer uma série de reparos nas magrelas a dupla deixou o acampamento um par de horas antes que eu. Saí com sol a pino como de costume, troquei umas palavras com um ciclista tcheco e pedalei duramente os primeiros 5km do dia montanha arriba. 


Depois foi uma sequência de agradáveis descidas e subidinhas. Encontrei um simpático casal de Buenos Aires que havia conhecido no camping dois dias antes e que parou seu trailer na estrada para saludar-me. Tive uma agradável conversa com uma menina muito inteligente em um quiosque de beira de estrada. Gosto de ver quando gente bem jovem pensa fora da caixinha e começa a querer uma vida inventada por si mesmos e não imposta por seja quem for. Dali pra frente foi só baixar até El Bolson, mas chegar efetivamente no  Byoconstruyendo foi toda uma outra história, fica para o próximo post, ok?!!! Beijo e até já...

3 comentários:

  1. Tenho acompanhado sua saga, Erich. E sou tomado por uma grande inveja (daquelas brancas)! Mas é muito prazeiroso poder chegar a sentir - de uma maneira infinitamente menos intensa - um pouco das emoções que você tem vivenciado.
    Fico imaginando as paisagens pelas quais você tem passado e que só sua memória é capaz de reproduzí-las com maior fidelidade.
    Não deixe de postar, tem sido muito bom te acompanhar.
    Um abraço.

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  2. Bacana o blog Erich, passo a acompanhar a partir de hoje !!

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