segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Que caiam as barreiras.

Quase dormindo...
Ospa todo mundo... Esse tópico é de prosa, confissão e cumplicidade... Ou ao menos pede por isso. Explicando um pouco o atual de nossa jornada, alguns de vcs já devem ter sentido que esse tal de indoàíndia anda enchendo linguiça ultimamente!!! Mas fico feliz que muita gente parece ter curtido esse tipo de conversa pra boi dormir que anda saindo!!! Isso na verdade liberta... Eu tinha certo receio de que se o texto soltasse, divagasse e filosofasse, meus companheiros de viagem debandariam em busca de algo mais prático, bem completinho de dados técnicos e descrições exatas. Esse não sou eu, e pelo que percebo, não somos nós!!! Viva!!! Afinal de contas a gente se escolhe...

 
Pedra que não rola..
Verdade é que andei parado nesses tempos recentes, mas até agora não soube bem como contar. Tinha esse meu amigo Vitão aqui em Floripa, e entre ajudas mútuas e grande amizade, somados à beleza natural da ilha e outras coisinhas mais, fui ficando... Uma vez parado, tive que ir forçando o pensamento para retirar o máximo dos acontecidos no trajeto, mas quando eles vem assim, lá de trás, antes do tato e do cheiro, dos olhos, dos ouvidos e do gosto, e até mesmo da mente, eles já vem mastigados pela memória e consequentemente permeados de seja o que for que nos anime. Assim começamos aos poucos acordar o Eduardo Galeano que em nós existe. Todas as proporções guardadas, pois tal comparação pode soar deveras presunçosa... O cara é o cara, mas um pouquinho daquilo nos habita incondicionalmente.


El Maestro
Essa é minha vontade aqui e na vida. Que possamos comunicar com cada vez menos travas, menos barreiras e divisões bem definidas. Galeano, mestre da mistura, fez uma vida de fusão entre ficção, política, história, filosofia, arte, sonho, amor e poesia. E assim é a vida. Mesmo os grandes picos de alegria, se vistos como um todo, tem em seu dentro alguma pitada de tristeza ou melancolia, e isso os torna ainda mais ricos. A nós buscar beleza e poesia naqueles quandos que nos fazem tristes, sem gota de masoquismo, mas simples amor ao todo, que de tão inteiro nos assombra, mas também nos lembra de que somos completos, sempre.

     De coração aberto, agradeço aos companheiros de viagem pelo carinho expressado nos recados. Em mais uma semana estaremos novamente na estrada, pingaremos então alguma descrição do real aqui e lá novamente! Termino citando uma ótima do mestre, que há pouco completou seus 70 anos de total desrespeito às grades internas...

La Iglesia dice: El cuerpo es una culpa.
La ciencia dice. El cuerpo es una máquina. 
La publicidad dice: El cuerpo es un negocio.
El cuerpo dice: Yo soy una fiesta!