sexta-feira, 24 de junho de 2011

Grana... Como funciona isso?

a bufunfa
Uns dias atrás estava escrevendo um texto que espero ser publicado em breve, fazendo com que me caiam uns cobres no ávido Banco do Brasil, pois chega a me fazer pena a sorte dos meus dinheirinhos que andam tão solitários em sua casinha virtual. E em um momento no texto escrevi assim : Não é que tenha aversão ao dinheiro mas... e segue o texto. Ontem à noite porém, assisti a um documentário que venho adiando em minha vida há um bom tempo. E entendi porque o evitava. Pelo simples fato de que ele demanda uma importante mudança de paradoxo lá, dentro da cabeça. E, como bom ser humano, tenho natural fobia a mudanças. Sobretudo aquelas fortes. Mas, quem sou eu, e que valor tenho como ser humano, se através de minhas idéias e sobretudo ações, deixo de acreditar e consequentemente tentar contribuir para um mundo melhor?

O nome do documentário é ZEITGEIST. Convido a todos os que não viram a que o vejam. E os que já viram, a perguntar-se se o impacto causado pelas informações nele contidas mudaram, e se continuam mudando seus pensamentos e ações. É crucial enquanto espécie que confrontemos e superemos nossos medos de mudar, além obviamente de colaborar com a mudança necessária, pois só assim podemos evoluir efetivamente. E bom, depois de ver o documentário, mudei de opinião. Tenho sim aversão ao dinheiro e mais precisamente ao sistema monetário. Não confunda isso porém com aversão à abundância, mas falaremos disso logo adiante. Mais profundamente ainda, o filme nos mostra como o real problema de nossa sociedade é que vivemos em um sistema onde o lucro e consequentemente a competição são metas absolutamente necessárias para um tipo de sucesso, aceito quase que invariavelmente para nossa desgraça como o único existente ou ao menos importante. E, para que este esquema possa existir e perpetuar-se, a economia mundial deve estar baseada em escassez, o que dá valor às coisas.

Livre-se da caixa estúpida. (ou, ao menos seja seu dono, não o inverso)
Um sistema baseado em lucro e escassez, não pode levar em conta as necessidades dos indivíduos. Buscar alternativas reais para fome ou doenças é contra-produtivo. Claro que por outro lado o sistema sonha com menos miséria para que aumente o número de zumbis consumistas televisivos. Mas em última instância, não importa o fato de que 1% da população mundial detenham 40% de toda a riqueza, se for possível diminuir o percentual de miseráveis sem tocar nesta divisão, ok, se não, que se fodam. Nesse caso, miséria e suas nefastas conseqüências continuarão sendo um mal necessário. E os acidentes com petróleo devastando a natureza, o abuso de nosso recursos naturais de forma ridiculamente insustentável, as guerras sangrentas uma atrás da outra, tudo em nome da porra do lucro. Cara, se vc continua assistindo ao jornal nacional, tá na hora de acordar bicho. Somos todos escravos modernos de um sistema perverso e estamos pisando nas cabeças uns dos outros pra repartir as sobras que nos deixam os degenerados a quem estamos enriquecendo enquanto nos achamos tão honrados e sortudos por executar um bom trabalho. Função esta que muitas vezes nos aborrece, destrói nosso tempo para viver e consequentemente a paz de quem estiver por perto devido ao estresse provocado por esta troca sem sentido de nossas vidas por moedas. Entramos em uma arapuca nem sempre é fácil ver a saída, pois como todos sabem, é mais difícil libertar-se quando não se sabe prisioneiro. 

ideologia, vai uma aí?
Pra falar um pouco de minha experiência pessoal, pois até agora estava a grosso modo comentando o que diz o filme, minha falta de grana nos últimos tempos, associada a um tipo de vida muito mais simples e cercado por pessoas que de uma forma ou de outra saíram ou estão esforçando-se para sair da rodinha de hamster em que o sistema estabelecido quer que continuemos correndo, me fez repensar meus próprios hábitos. Já estou nesse processo há algum tempo, mas aqui, nesta viagem, caíram umas fichas importantes. Só agora saquei uma luta interna antiga que pode me haver sabotado durante anos. Adolescente, fui punk e depois me alistei no partido comunista. Pediria desculpas pela falta de coerência ideológica própria da  adolescência, caso acreditasse hoje que haja alguma diferença real entre ideologias. Sim, sou de tendência anarquista, mas a verdade é que pra mim a maior falácia pela qual lutamos tão bravamente mundo afora se chama democracia. Nunca houve na história da humanidade uma forma de governo em que o poder tenha realmente emanado do povo, e pobre de quem não percebe. Mas, voltando ao molho, o punk e o comunista em mim queriam a mesma coisa, lutar contra o sistema que preza o lucro acima da vida, só não sabia como. Disso apareceu minha aversão ao dinheiro. Recentemente me alertaram ao fato de que esta aversão me estaria afastando as chances de uma vida confortável. Mas agora começo a entender de forma empírica a brutal diferença entre dinheiro e abundância. Enquanto o primeiro não passa de um símbolo de troca programado para perder seu valor para que bancos ganhem com juros e processos inflacionários, o segundo representa o leque infinito de possibilidades que a vida tem para oferecer a quem estiver aberto e receptivo. Verdade que nunca tive uma vida realmente desconfortável, nem mesmo com relação à grana. Trabalhei bastante e também fui muito ajudado pala família, mas nunca atingi a dita estabilidade financeira. Hoje, creio que posso agradecer pela instabilidade funcional desta abelha operária falha que vos fala. Talvez, se houvesse encontrado esse tipo de conforto, estaria sedado babando em frente à TV como tantos, feliz por ser um escravo de sorte.

Mas e vc?!!! Deve estar pensando, o cara pirou?!!! Quer que eu largue o trampo, vire punk, beatnik, hippie sujo? Deixe de lado meus sonhos de viajar o mundo e ser bacana com os outros quando me aposentar? Ou pior, pare de comer no Mac e ver TV? Bom, vc deve perceber a ironia do comentário, mas se vc come no Mac, ouve a Jovem Pan, vê muita TV, ou pior, acredita no que ela diz... Cucu, tão te fazendo de idiota... Te fazem pagar para comer, ver e ouvir merda sedativa.  Sei que muitos de vcs, apesar de trocar um porrilhão de segundos de sua preciosa vida por números em um computador, dão seus pulos pra viverem um bom número de momentos agradáveis com pessoas bacanas em lugares incríveis. Mas será que é isso? Será que quando olharem pra trás nas salas de aula e nos mostrarem como um bando de macacos retardados que deixavam seus semelhantes (e tudo mais que existe, que também nos é semelhante, pois somos todos uma coisa só) morrer em troca de cifras, vc não gostaria de estar entre os macaquinhos mais espertos que perceberam a armadilha e começaram a sair, simplesmente abrindo a porta? O abrir a porta, é a mudança interna de paradoxo. Porque pode até que se os macaquinhos não comecem a sair da gaiola, ela possa explodir, ou ficar tão cheia de excrementos que não seja mais possível habitá-la. A chave tá no buraco. Esse filme ajuda a entendê-la. Vamos lá, não sejamos covardes. Vc sabe e eu sei que os tempos são de mudança. Vamos ajudá-la a ocorrer, e a ser positiva, porque sei lá, se existe alguma forma de consciência superior, e eu creio muito que existe, pode ser que ela perca a paciência com os macaquinhos, e aí vai dar merda...

www.thezeitgeistmovement.com

5 comentários:

  1. Grande Zela.....cada mais louco..hahaha..eu sei, loucos somos nos que ainda acreditamos, mas cada um com sua fé. mas chega de papo besta, isso deixa para vc. Fico muito contente de te ver mais ativo..no pedal e no teclado. Para que ir sem poder dividir?
    E digo mais...CADE A PORCARIA DO ODOMETRO...Não me importa se vc ficar 2 meses parado, então toma vergonha na cara e muda isso logo.
    BJS.,.Saudade hermano.

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  2. Vc foi fundo hoje. Xingou mais de meio mundo. Mas eu estou tranquilo. Sou parecido com vc em muitas coisas. Já deixei de ver tv a mais de 5 anos. Dê uma olhadinha em www.picasaweb.com/jbcreis e veja o que eu, com 67 anos, ando fazendo...

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  3. Caraca brother! vc falou tudo ai!!!
    Sabe como os adestradores de elefantes fazem para manter os bixos calmos?
    Desde filhotes eles sao presos com uma corrente muito forte em uma de suas patas... o elefante briga, briga.. tentando se soltar, até que depois de muito tempo ele desiste e o adestrador coloca apenas uma corda... resultado, o elefante nao tenta se soltar pq a programacao que a corda é mais forte que ele foi inserida e ele nao tenta mais se libertar! O mesmo que ocorre conosco, entretanto, felizes os que já se ligaram e pouco a pouco estao dando seus passos rumo a liberdade!

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